sexta-feira, 14 de março de 2014

Tudo o q penso sobre...

Enquanto falarmos sobre saúde, é de comum acordo que uma gama enorme de substancias do nosso dia a dia seja prejudicial. Dos excessos às faltas, tudo que temos são injeções diárias de influencias que sob um campo invisível, nos tornam dependentes em quantidades individuais sobre o que chamamos de "hábitos". Com os entorpecentes, não é diferente. A maconha, usada desde os tempos mais primórdios, pode ser a cura ou a doença, e isto apenas difere no aspecto quantitativo e usual. Mas a questão não está apenas no mal que a substancia, usada errônea e indiscriminadamente, possa causar. Está nas politicas públicas que podem se renovar, a cada dia, levando em conta os resultados negativos que a "guerra contra as drogas" obteve até o momento. Que toda e qualquer substância que o organismo absorve através de combustão é prejudicial, já sabemos, a questão agora infelizmente não será mais essa, e sim, questões políticas e sociais e espirituais, que aliadas ao bom senso e distanciadas do senso comum, nos trarão uma nova perspectiva, pois o que está em jogo não são apenas perdas neurais que podem se fazer, decorrentes de muitos anos de uso contínuo da substância mas sim porque criminalizar tanto uma substancia que nutre também grande parte de uma expansão de consciência e janelas do subconsciente, que sem a ajuda do Tetrahidrocanabinol jamais seria conseguida. Grandes estágios conscientes de uma nova oração otimista, geradora de ideologias extremamente pacifistas e tolerantes já deixam uma questão em aberto: qual o valor que a sociedade deposita hoje para a paz de espírito? se conseguida através de uma planta sagrada, enteogena, ou a "Paz de espirito" conseguida através de segregações, ambições materiais, emocionais, depredadoras do sentimentos de conformidade e amor?Ganância mutiladora da Mãe Natureza que nos alimenta desde que nascemos, uma geração e uma planta expostos à opiniões de pessoas de poder que impedem o seu uso para a gerar o caos, o tráfico, e o sangue que se derrama com a repressão inútil do sistema falho. Isso sem levar ainda, em consideração âmbitos sociais e econômicos, que se discutidos com tolerância podem alterar positivamente os reflexos da questão, que é tão discutida nos tempos atuais. Com a legalização da cannabis sativa, o dinheiro sujo arrecadado no tráfico e o dinheiro publico usado para combate-lo terá novos rumos, a arrecadação de impostos sobre o produto alteraria positivamente o quadro da saúde no país, pois o dinheiro dos tributos sobre o produto seria investido na saúde e não apenas, mas também em políticas de redução de danos, apenas  danos muito singelos, pois, exponencialmente menos que tabaco e alcool, a maconha não causa males tão prejudiciais como drogas lícitas, hoje usadas recreativamente ou sob aspecto médico porém indiscriminado, pois remédios vendidos sem receitas também contribuem negativamente para a saúde e tem efeitos muito degradantes no organismo se usado de forma errada.Ao criminalizar a compra e o uso, os governos marginalizam seus usuários, dificultando até mesmo o acesso dele a serviços de saúde que poderiam livra-lo deste e de outros vícios. A comissão do documentário Quebrando o Tabu, é liderada por seis ex-presidentes, defendendo a descriminalização para uso pessoal, e alegam que o comercio se tornaria regulado e controlaria a qualidade, reduzindo exponencialmente danos que são causados pelo modo de produção clandestino.A política de "guerra contra as drogas" levou a um gasto exorbitante nos EUA, no Brasil e em todas as nações que o aplicam, não foi capaz de extinguir o mercado de produção e venda e derrama mais sangue do que em países em que o uso é legalizado. Além de ser a droga menos danosa ao organismo é a mais consumida, leviano seriam incluir drogas mais pesadas, como a cocaína, nesse contexto. Entre os estudiosos, crescem uma convicção: é fracassada a política de proibição e repressão, dá aos policiais o direito de opressão contra jovens usuários não nocivos à sociedade, traz a violência indiscriminada e ignorante do militarismo, abusos de autoridades contra pessoas que não representam perigo à sociedade, que ao invés surras deveriam ter assistência médica. Somente auto-regulação com base em prevenção e campanhas de saúde publica, pode reduzir o consumo de substancias que alteram a consciência. Se notarmos o que acontece com tabaco e alcool, se fizermos um gráfico com prejuízos sociais, econômicos e comportamentais, a maconha com certeza estaria em níveis baixíssimos de perigo. Pesquisas podem provar, e quem viveu sob o aspecto de usuário viu sob uma perspectiva diferente em relação a quem não sentiu, viveu, ouviu e viu o que a criminalização de uma substancia tão pouco nociva pode acarretar em externalidades que ocorrem com sua marginalização. E essa noção, nenhuma pesquisa ou artigo acadêmico pode construir no cidadão, é fruto de bases de sentido externo, imparciais, que atuam na verdade do dia a dia, vivido, sentido, observado e absorvido, como um laboratório que se externaliza em situações reais, naturais e de base consistente: a Vida

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

.............e parafraseando o ultimo post do meu querido fellow Leo, seguindo do ponto em que ele cita a consciencia humana ao nascer, permito-me dizer, como humana, mãe e demasiada LOUCA que toda injeção da lama putrida da qual nos alimentaremos se dá apenas depois dos 3 meses de vida, meus caros leitores não lidos da Terra dos posts esquecidos..... antes de 3 meses de idade, como os animais, somos apenas instintos, e ao contrario do que a maioria pensa, isso me remete a maior das sabedorias: a do "não saber". O não saber nos torna ilimitados pois sem paredes nos permitimos enxergar o horizonte e é no horizonte que encontramos as respostas das perguntas ainda não indagadas, a parede nos mensura a um ponto de raciocinio que nos torna incapaz de sentir o Ser. E é aí meu maior fascinio, os recem-nascidos não se limitam a pensar, eles apenas SENTEM e assim sendo eles SÃO. Logo, SENDO o que ha além do SER? No olhar do meu filho eu enxerguei o tamanho da nossa ignorância, aquela que nos torna incapaz de tentar achar a evolução no regresso da consciencia, que até hoje é pra mim enigmática(por não lembrarmos), consistente(por achar que realmente deveriamos esquecer) pois a vida humana descomplicada fariam de todos nós loucos por motivos transitórios. Enfim, mais um post sem conclusão, tire a sua no proximo guichê!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Defeito da Perfeição

Se ainda há dúvidas que esse mundo é louco, até nas dúvidas há loucura, e quem disse que se deve compreender algo nesse mundo? Tudo é mágico e perfeito, e o mais incompreensível de tudo é que os defeitos fazem parte da perfeição, sem defeitos não há tal formosura.
O universo e suas criações... ah suas criações! Os mais belos animais, não falo de sua beleza exterior que é de fato e sim a interior, da inocência, da simplicidade, do extinto (sim! extinto no ser humano)
que exuberância no reciproco amor que é retribuído sem sequer algum interesse, é isso que vejo neles, uma amizade verdadeira, sem preconceitos dos meus mais sordidos defeitos, e o mais repugnante deles em ser humano.
O que mais me alegra é que eles nunca irão ler isso, pois não precisam expor sentimentos para provar o que realmente sentem. Basta um som monossilabo que é emitido e pronto! Me cativa de tal forma que é inexplicável a forma de interação sem precisar de palavras, é subliminar mas certo.
Os animais não conhecem a falsidade.
Me dói pensar que nascemos completamente animais inocentes e passamos pelas garras humanas que nos transforma em monstros terrivelmente criados.
E onde entra mais uma dúvida nenhum pouco duvidosa, o problema está realmente no mundo ou em nós? miseráveis seres desprezíveis.
Esse desejo que minh'alma sente em ser um ser, não um ser humano, pois pra mim isso não é ser, muito menos um ser.
Para não parecer meu enorme preconceito em ser um humano-ser tenho que descrever em claras palavras, então começamos: os humanos deixaram de serem seres logo após abandonarem suas cavernas, eles ficaram impiedosos, egoístas, traiçoeiros, criaram um sistema pra favorecer a minoria que por status esqueceram de seus irmãos na África passando fome ou no nordeste brasileiro ou nem precisamos ir muito longe é só olhar à sua volta, há seres humanos de verdade que vivem como animais inocentes acuados pelo sistema em constante sofrimento. Aí eu te pergunto que raça é essa?
Até mesmo as abelhas com seu minimo tamanho surpreende qualquer um ao verem sua organização, união, cooperação dentre outros predicados, mas os humanos não se importam com isso; eles querem apenas o mel!
Somos o defeito da natureza, infelizmente... para perfeição ela precisa de nós!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Novo Código Florestal pode aumentar desmatamentos e prejudicar agricultura, alerta cientista

Rio de Janeiro - O novo Código Florestal, poderá favorecer a derrubada de mais florestas e acabar prejudicando a própria agricultura. O alerta é do cientista José Galizia Tundisi, especialista em recursos hídricos do Instituto Internacional de Ecologia e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Ele acredita que a matéria ainda não está “madura” e seriam necessários mais debates para aperfeiçoar o projeto.
“Nós ainda temos muitos assuntos para esclarecer. Um deles é a necessidade de se discutir mais a importância das florestas para a quantidade e a qualidade da água. O fato de que a agricultura possa sofrer uma expansão à custa do desmatamento vai prejudicar o suprimento de água no país e contribuir para prejudicar a própria agricultura. Isso é um contrassenso.”
O principal ponto de divergência entre a opinião do cientista e a proposta do relator ALDO REBELO (PCdoB-SP) é a falta de garantia na preservação da chamada reserva legal, porção de mata nativa que os agricultores têm obrigação de manter. O novo texto torna possível para o produtor rural abrir mão da área verde em sua propriedade, podendo manter parcela proporcional em outra região ou até em outro estado, desde que no mesmo bioma.
“Essa reserva legal é necessária na propriedade. Nós temos que proteger os mosaicos de vegetação, as florestas remanescentes, para garantir a qualidade da água e a recarga dos aquíferos, que beneficiam a agricultura e a quantidade de alimentos. Quem trabalha com água e recursos florestais sabe perfeitamente que a diminuição de qualquer quantidade de vegetação pode prejudicar o ciclo da água e consequentemente a produção agrícola. Cerca de 30% da água que estão presentes na atmosfera são repostas pelas florestas.”
Para o cientista, é preciso melhorar a produtividade, em vez de simplesmente aumentar as áreas de plantio. “Não se pode aumentar as áreas agrícolas à custa do desmatamento. Porque isso vai prejudicar a biodiversidade e inviabilizar a produção de alimentos. Vai faltar água para a agricultura.”

Edição: Lílian Beraldo

..
Via: agência Brasil
ALDO REBELO DEIXE A FLORESTA EM PAZ
sem contar q aí não foi falado sobre a anistia aos desmatadores... CADE A VOZ DA PRESIDENTE PRA VETAR ESSA PORRA???? QUE MANÉ DESCULPA DE 'ONGS COM INTERESSES INTERNACIONAIS?!!!?!?!?!? ISSO É UM INTERESSE + Q NACIONAL CARAIO!!!!! É VISIVELMENTE UMA DETALHAÇAO DESNECESSÁRIA E PROLIXA(SÓ PRA VARIAR)PRA FAVORECER GRANDES AGRICULTORES.. UMA VERGONHA... NINGUÉM LIGA PRA ISSO ESSE VAI SER MAIS UM POST INÚTIL... MAS NAO PODIA PASSAR EM BRANCO...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Mais da série: A vida, o Universo e tudo o mais

Já pararam pra pensar qual parte do corpo humano de mais importancia para o "entendimento" inicial das coisas, de um modo geral?!
eu já, e cheguei a conclusão que são nossos olhos. SIM, pois como vc pode ver(rs) são eles que nos dão espaço para tirar primeiras conclusões, mesmo sabendo que primeiras conclusões podem não ser as mais certas, mas sim, de um modo geral, nossos olhos são a janela da escuridão do nosso corpo para a imensidão à nossa volta. Mas vcs já pararam pra pensar que, eles podem nos enganar, pois somos dependentes deles, eles podem nos oferecer ilusões - e quando digo "nos" me refiro à todos - e me pergunto sempre, o que vê alguém que não encherga?  A pessoa sente,e tem a necessidade de aguçar outros sentidos, afinal, a visão não está sozinha no mistério da ilusão e tudo a nossa volta pode conspirar para um entendimento superficial e comum à todos, e digo mais, o que achamos belo pode ser imposto pelos nossos olhos, afinal, a dizem que a beleza está nos olhos de quem "vê". Esse post não é um texto dissertativo pois não chego a conclusão alguma, só chego a questionamentos sobre qual é a realidade que nós vivemos, será que sem nossos sentidos a 'realidade' seria a mesma? Este post é meramente especulativo, vamos pensar em nós sem nossos sentidos, com o vibração, ectoplasma emaranhamento astral e etc hehehe... talvez deixando um pouco de lado a sabedoria convencional podemos descobrir as verdades que se escondem por traz de nós mesmos, da Vida, do Universo e tudo o mais.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cordel Os Animais Têm Razão de Antônio Francisco

OS ANIMAIS TÊM RAZÃO

1
Quem já passou no sertão
E viu o solo rachado,
A caatinga cor de cinza,
Duvido não ter parado
Pra ficar olhando o verde
Do juazeiro copado.
2
E sair dali pensando:
Como pode a natureza
Num clima tão quente e seco,
Numa terra indefesa
Com tanta adversidade
Criar tamanha beleza.
3
O juazeiro, seu moço,
É pra nós a resistência,
A força, a garra e a saga,
O grito de independência
Do sertanejo que luta
Na frente da emergência.
4
Nos seus galhos se agasalham
Do periquito ao cancão.
É hotel do retirante
Que anda de pé no chão,
O general da caatinga
E o vigia do sertão.
5
E foi debaixo de um deles
Que eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.
6
Isso já faz tanto tempo
Que eu nem me lembro mais
Se foi pra lá de Fortim,
Se foi pra cá de Cristais,
Eu só me lembro direito
Do que disse os animais.
7
Eu vinha de Canindé
Com sono e muito cansado,
Quando vi perto da estrada
Um juazeiro copado.
Subi, armei minha rede
E fiquei ali deitado.
8
Como a noite estava linda,
Procurei ver o cruzeiro,
Mas, cansado como estava,
Peguei no sono ligeiro.
Só acordei com uns gritos
Debaixo do juazeiro.
9
Quando eu olhei para baixo
Eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.
10
O porco dizia assim:
– “Pelas barbas do capeta!
Se nós ficarmos parados
A coisa vai ficar preta...
Do jeito que o homem vai,
Vai acabar o planeta.
11
Já sujaram os sete mares
Do Atlântico ao mar Egeu,
As florestas estão capengas,
Os rios da cor de breu
E ainda por cima dizem
Que o seboso sou eu.
12
Os bichos bateram palmas,
O porco deu com a mão,
O rato se levantou
E disse: – “Prestem atenção,
Eu também já não suporto
Ser chamado de ladrão.
13
O homem, sim, mente e rouba,
Vende a honra, compra o nome.
Nós só pegamos a sobra
Daquilo que ele come
E somente o necessário
Pra saciar nossa fome.”
14
Palmas, gritos e assovios
Ecoaram na floresta,
A vaca se levantou
E disse franzindo a testa:
– “Eu convivo com o homem,
Mas sei que ele não presta.
15
É um mal-agradecido,
Orgulhoso, inconsciente.
É doido e se faz de cego,
Não sente o que a gente sente,
E quando nasce e tomando
A pulso o leite da gente.
16
Entre aplausos e gritos,
A cobra se levantou,
Ficou na ponta do rabo
E disse: – “Também eu sou
Perseguida pelo homem
Pra todo canto que vou.
17
Pra vocês o homem é ruim,
Mas pra nós ele é cruel.
Mata a cobra, tira o couro,
Come a carne, estoura o fel,
Descarrega todo o ódio
Em cima da cascavel.
18
É certo, eu tenho veneno,
Mas nunca fiz um canhão.
E entre mim e o homem,
Há uma contradição
O meu veneno é na presa,
O dele no coração.
19
Entre os venenos do homem,
O meu se perde na sobra...
Numa guerra o homem mata
Centenas numa manobra,
Inda tem cego que diz:
Eu tenho medo de cobra.”
20
A cobra inda quis falar,
Mas, de repente, um esturro.
É que o rato, pulando,
Pisou no rabo do burro
E o burro partiu pra cima
Do rato pra dar-lhe um murro.
21
Mas, o morcego notando
Que ia acabar a paz,
Pulou na frente do burro
E disse: – “Calma, rapaz!...
Baixe a guarda, abra o casco,
Não faça o que o homem faz.”
22
O burro pediu desculpas
E disse: – “Muito obrigado,
Me perdoe se fui grosseiro,
É que eu ando estressado
De tanto apanhar do homem
Sem nunca ter revidado.”
23
O rato disse: – “Seu burro,
Você sofre porque quer.
Tem força por quatro homens,
Da carroça é o chofer...
Sabe dar coice e morder,
Só apanha se quiser.”
24
O burro disse: – “Eu sei
Que sou melhor do que ele.
Mas se eu morder o homem
Ou se eu der um coice nele
É mesmo que estar trocando
O meu juízo no dele.
25
Os bichos todos gritaram:
– “Burro, burro... muito bem!”
O burro disse: – “Obrigado,
Mas aqui ainda tem
O cachorro e o morcego
Que querem falar também.”
26
O cachorro disse: – “Amigos,
Todos vocês têm razão...
O homem é um quase nada
Rodando na contramão,
Um quebra-cabeça humano
Sem prumo e sem direção.
27
Eu nunca vou entender
Por que o homem é assim:
Se odeiam, fazem guerra
E tudo o quanto é ruim
E a vacina da raiva
Em vez deles, dão em mim.”
28
Os bichos bateram palmas
E gritaram: – “Vá em frente.”
Mas o cachorro parou,
Disse: – “Obrigado, gente,
Mas falta ainda o morcego
Dizer o que ele sente.”
29
O morcego abriu as asas,
Deu uma grande risada
E disse: – “Eu sou o único
Que não posso dizer nada
Porque o homem pra nós
Tem sido até camarada.
30
Constrói castelos enormes
Com torre, sino e altar,
Põe cerâmica e azulejos
E dão pra gente morar
E deixam milhares deles
Nas ruas, sem ter um lar.”
31
O morcego bateu asas,
Se perdeu na escuridão,
O rato pediu a vez,
Mas não ouvi nada, não.
Peguei no sono e perdi
O fim da reunião.
32
Quando o dia amanheceu,
Eu desci do meu poleiro.
Procurei os animais,
Não vi mais nem o roteiro,
Vi somente umas pegadas
Debaixo do juazeiro.
33
Eu disse olhando as pegadas:
Se essa reunião
Tivesse sido por nós,
Estava coberto o chão
De piubas de cigarros,
Guardanapo e papelão.
34
Botei a maca nas costas
E saí cortando o vento.
Tirei a viagem toda
Sem tirar do pensamento
Os sete bichos zombando
Do nosso comportamento.
35
Hoje, quando vejo na rua
Um rato morto no chão,
Um burro mulo piado,
Um homem com um facão
Agredindo a natureza,
Eu tenho plena certeza:
Os animais têm razão.